
Apresentação
Paula Souza é líder de célula na @central. O seu primeiro contato com igreja foi através de uma célula e, desde 2014, lidera um pequeno grupo.
Ela compartilhou com a gente as motivações e as práticas pra organização de reuniões de células atrativas.
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Paula, antes de você começar a liderar, o que mais te chamou atenção na célula que participava?
O que mais me atraiu foi que as pessoas se importaram comigo. Eu cheguei ali elas nem me conheciam, eu não as conhecia e desde o primeiro momento elas me abraçaram, sabe, elas cuidaram de mim.
Senti que era um ambiente totalmente diferente do que eu estava acostumada, isso foi fundamental para eu continuar no pequeno grupo.
O que que te motivou liderar uma célula?
Sempre fui apaixonada pelo modelo celular desde o início, desde a primeira célula que frequentei.
E aconteceu que eu fui crescendo, fui participando mais da célula, frequentava os cultos na igreja e chegou o momento que eu falei: “nossa, eu preciso dar um passo mais à frente, eu já fiz tudo que a eu tinha que fazer nesse nível que eu estou, então assim, eu preciso caminhar um pouco mais”.
Comecei o curso para o batismo, eu lembro que a minha líder nem estava sabendo, eu comecei por conta própria.
Achei sensacional, gostei demais, avisei minha célula, na semana do meu batismo, que eu ia batizar e elas ficaram super felizes.
Foi muito engraçado que elas nem imaginavam que eu estava fazendo curso. Assim que eu batizei minha líder me chamou para ser líder em treinamento.
Eu aceitei sem nem pensar duas vezes, eu amava aquilo, amava visão celular, então, eu queria muito dar um passo à frente e eu sabia que eu precisava disso para sair da minha zona de conforto.
Depois que assumiu a posição de líder em treinamento você chegou a fazer o curso de treinamento de líderes?
Comecei a fazer todos os cursos que eu podia, dos básicos aos avançados. Inclusive quando a Letícia foi multiplicar ela nem sabia que eu tinha feito isso tudo.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou no início da sua jornada como líder de célula?
O primeiro desafio já foi na primeira reunião de célula. A célula mãe era muito grande, a gente estava com umas 40 pessoas.
A minha líder disse que ia aí para me dar um auxílio na primeira reunião, mas ela teve um problema e não pode ir.
Foi muito bom, mas eu ainda tinha um problema ainda em dar a palavra, em conseguir transmitir as coisas sem ficar muito nervosa e estava muito nervosa ainda naquele início.
Entretanto, aquele sufoco foi bom para eu correr atrás para melhorar. Às vezes, dar a palavra no início é difícil, mas é algo que pode ser trabalhado e aos poucos ir melhorando.
Além disso, conciliar toda minha vida com a liderança de célula foi algo bem complicado. Faço muitas coisas, eu tenho muitas responsabilidades fora da célula.
Só que liderar uma célula eu acho é uma responsabilidade muito grande, afinal, Deus colocou sob nossa responsabilidade. Não podemos fazer de qualquer jeito. Estamos cuidando de pessoas que Deus colocou debaixo de nós, isso demanda tempo, temos que entrar em contato, ajudá-las a crescer e tudo mais.
Agora dentro da célula o maior dificuldade é justamente atrair as pessoas para participarem do grupo. Contudo, a gente, utiliza algumas estratégias para superar este obstáculo.
Quais são estas estratégias?
Muitas pessoas têm uma ideia errada do que é célula, do que é igreja. Possuem uma certa resistência em relação a isso.
Quando a gente faz uma coisa que quebra todas essas expectativas ruins, de certa forma, faz elas mudarem um pouco de ideia e se abrirem a essa oportunidade de conhecer o pequeno grupo.
Nosso grupos usa a estratégia de criar reuniões de células atraentes.
A gente gosta muito de fazer dia do amigo, eventos de colheita, ações evengelisticas etc. Sempre colocamos um tema, ou um lanche diferente.
Sempre tomamos essa decisão em grupo, porque não sou só eu que tenho ideias, todo mundo da célula tem ideia.
A gente joga assim “quais ideias vocês tem para o próximo dia do amigo ou para o próximo evento”, aí a galera vai soltando, “Ah, eu acho que a gente podia fazer batata recheada”, “Ah eu acho que a gente podia fazer uma noite de massas".
E esse envolvimento acontece em uma reunião de célula ou fora da reunião tradicional?
De diversas formas. Às vezes na reunião eu falo assim: “Olha gente, daqui 3 semanas vai ser dia do amigo, vão pensando já em ideias para gente decidir o que vai ser”. Depois a gente lembra a galera no WhatsApp e as pessoas vão jogando ideias lá também.
Costumamos fazer uma reunião de planejamento mensal com a nossa célula, com o núcleo. Nela conversamos sobre o Dia do Amigo e na próxima reunião de célula a gente avisa: “Gente, está aproximando o dia do amigo, então temos algumas sugestões e queriamos ouvir as ideias de vocês”. E durante a semana vamos lembrando a galera.
A dinâmica destas "reuniões atrativas" são diferentes de uma tradicional?
Olha, primeiramente a gente gosta de fazer um ambiente bem especial, fazemos uma decoração diferente, algo temático.
Recentemente foi o dia do pastel e caldo de cana. Decoramos o ambiente para deixar com um clima de pastelaria. Tinha uma pessoa fritando, uma bancadinha, mesinhas com cardápio.
Elas já chegam sendo surpreendidas pela decoração, pelo ambiente descontraído.
As pessoas chegam e falam: “Nossa que diferente!”. Primeiro, nem estou pagando para estar ali, é de graça. As pessoas estão fazendo isso de graça para mim, que legal.
Nestas reuniões nós deixamos um tempo maior para conversar, para bater papo. Como as pessoas não se conhecem elas precisam de mais tempo para se conhecerem pelo menos um pouquinho.
Depois disso fazemos uma dinâmica para envolver a galera toda. As dinâmicas do dia do amigo são bem interativas, o alvo é que a galera se conheça, fale um pouco sobre si.
Em seguida tem um louvor. O louvor do dia do amigo a gente costuma colocar umas músicas bem conhecidas ou bem fáceis de entender, porque, tem muitos não crentes ali. Pessoas que não estão familiarizas com este tipo de música.
O ponto alto é o momento da palavra. Nas reuniões tradicionais a gente separa, as meninas ficam sepradas dos meninos, por que dá mais liberdade para cada um falar. Mas no dia do amigo, especificamente, todo mundo fica junto.
Muitas vezes tem um menino que chamou uma menina ou vice-versa, muita gente está naquele ambiente e não conhecem praticamente ninguém. Então eles ficam mais confortáveis com todo mundo junto.
No final, a gente tem um tempinho ainda de voltar para o pessoal lanchar, “Ah, sobrou lanche então vamos lá terminar de comer aqui” e para dar aquele tempo de despedir, pegar o contato das pessoas justamente para preencher o célula.in.
Neste finalzinho a gente dá uma lembrancinha, um chocolate, alguma coisa assim, e anotar os pedidos de oração da pessoa, inclusive usamos isso para puxar um papo depois, pós célula.
Esse esforço extra para organizar a reunião, vale a pena?
Com certeza, vale demais! Porque é engraçado a gente gasta o tempo. E a gente faz isso principalmente para os não crentes, mas nos divertimos muito no processo.
Também fortalece o relacionamento de maneira geral, tanto entre as pessoas da célula quanto eu e a pessoa que eu convidei.
Amanhã ou depois, mesmo que esse meu amigo não se torne um participante do pequeno grupo, quando ele tiver passando por um momento difícil sem sombra de dúvidas ele vai lembrar que tem uma pessoa, um grupo disposto a ajudá-lo.