
Apresentação
A Igreja do Recreio tem mais de 6000 membros e busca ter total transparência em sua gestão financeira.
O Fernando esclarece como este modelo de gestão gera segurança para as pessoas contribuírem com generosidade com os dízimos e ofertas.
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Fernando, conta um pouco sobre sua atuação na Igreja do Recreio.
Começamos muito pequenos, com 20-30 membros. Graças à Deus no decorrer desses 29 anos nós conseguimos ter aproximadamente uns 6 mil membros e recentemente fizemos a transição para o modelo célular. Nós temos 12 pastores e uma área de ação social.
Eu estou na igreja há 23 anos, dos quais 16 anos eu trabalhei na comissão de finanças da igreja, no ministério de finanças, que é um ministério que sempre está dando apoio ao pastor em todas suas decisões. Nos 4 últimos anos meu papel é de gestor na parte administrativa financeira.
A igreja também é uma empresa, afinal, ela tem um CNPJ. Como vocês atuam nesta área?
A legislação diz que a igreja é uma empresa sem fins lucrativos, mas é uma empresa. Então ela está sujeita a qualquer momento por fiscalizações e intervenção dos órgãos competentes.
Temos critérios muito rigorosos, uma administração muito segura e isso tudo gera uma transparência para toda membresia. E essa transparência gera uma segurança para que todos possam entregar suas ofertas e dízimos.
Como a igreja é uma instituição que vive especificamente de dízimos e ofertas, quanto mais rigoroso ou mais seguro ou mais transparente for esse processo, gera em todas as pessoas que compõem o rol de membros uma certeza, uma segurança que estão contribuindo com uma obra séria, que os recursos têm um direcionamento correto. O nosso papel na gestão é administrar esses recursos buscando sempre o melhor para o reino.
Vocês possuem um quadro de dizimistas na igreja?
Nunca trabalhamos dessa forma. A gente entende que entregar os dízimos é pessoal e cada um dará conta de si. O que nós fazemos é o controle financeiro da igreja. Temos as informações sempre certas para quando as pessoas precisarem tê-las.
Nós temos um sistema que contabilizamos todos os dízimos e ofertas e especificamos o nome da pessoa. Isto é, um relatório financeiro de igreja, é um relatório que nós podermos gerar caso o irmão queira comprovar de alguma forma. Mas é um foco específico.
Não temos a preocupação em falar quem faz ou quem fez ou quem não ofertou.
Quanto ao investimento e patrimonial. A igreja pode legalmente trabalhar com investimentos e se sim, como que isso é feito?
Começamos pela contabilização dos recursos, as entradas, e terminamos com a contabilização das saídas, ou seja, um orçamento financeiro de igreja. Evidentemente que este controle financeiro da igreja tem um caixa e ele tem que ser remunerado.
Esse caixa fica num banco, então nós aplicamos nosso dinheiro sim. Aplicamos para remunerar o dinheiro enquanto eu estou elaborando meus pagamentos nos prazos combinados.
Não temos intenção e nem interesse de fazer um caixa monstruoso para falar que nós estamos com dinheiro guardado. A igreja em células é uma igreja em movimento então, o dinheiro que entrar vai efetivamente estar sendo utilizado em alguma atividade, seja ela social, seja em melhorias da qualidade do som, da luz, do que for.
Nós temos eventos mensalmente, são das melhores maneiras possíveis, tudo isso em prol de mostrar para o membro que a Igreja do Recreio tem o carinho e atenção com ele nesse processo e tem sido uma benção.
Então, a aplicação aí não é com propósito de ganhar dinheiro, a aplicação é para remunerar o seu capital parado.
Você acredita que essa postura de zelo na área financeira, na área administrativa, ela gera algum impacto perceptível?
Eu não tenho dúvida nenhuma, te garanto que isso faz com que a pessoa se sinta útil e segura no processo e faça sua oferta com louvor, com prazer.
Em uma igreja transparente a pessoa se sente segura em contribuir sabendo que o recurso dela vai ser utilizado da melhor maneira possível e da forma mais correta.
Igreja paga imposto? Qual é a diferenciação dos impostos pago por uma igreja e uma empresa tradicional?
A igreja tem os compromissos nas questões sociais. Quando tem você uma folha de pagamento, todos os impostos inerentes a ela a igreja paga imposto, seja o INSS, o imposto de renda ou FGTS. A igreja não é isenta destes impostos, isso é um compromisso com o funcionário.
A igreja tem imunidade tributária, sobre alguns impostos, por exemplo, quando você tem a sua igreja devidamente regularizada você pode ter isenção do IPTU, pode ter isenção do IPVA, há um imposto da conta de luz e na conta de água.
A Igreja do Recreio usa a imunidade do que é possível. Mas no aspecto geral da empresa você tem que pagar os seus impostos.
O pastor é funcionário da igreja?
Pastor não é uma profissão reconhecida, ele é um autônomo. Então algumas igrejas, algumas denominações, por não tratar esse assunto de forma séria começou a ter algumas questões, até de ação judicial por conta de pastor entrar na justiça querendo benefício, querendo comprovação por conta do tempo que trabalhou na igreja.
Então, nós começamos a nos preocupar com isso e a forma que nós encontramos foi criar o vínculo do pastor com a igreja através da pessoa jurídica. Hoje os nossos pastores são todos contratados desta forma.
E essa relação trabalhista não pode ser interpretada como uma relação de emprego?
Não, a princípio não. A contratação dessa empresa (pastor como pessoa jurídica) que a gente faz foi estudada e isso tem na Receita Federal autorizado e isso tem na prefeitura autorizado.
A gente conseguiu achar um CNAE que diz que pode abrir uma empresa para o pastor como ensino religioso, então no viés do ensino religioso você abre toda a possibilidade dele ser o pregador, fazer a pregação tal tal tal...
Isso dá segurança para o pastor porque ele tem a pessoa jurídica dele e em qualquer lugar. Se for fazer uma pregação, se ele for num congresso e se ele quiser emitir a nota fiscal, ele vai emitir a nota com respaldo jurídico. Esse CNAE, essa receita é tida como rescisão tributária no imposto de renda.