
Apresentação
As redes sociais estão cada dia mais presente na vida das pessoas. Então como usar estes canais para fazer o amor de Cristo chegar ao coração das pessoas?
O Ronis trouxe elementos que irão ajudar sua igreja a ser relevante para os membros e alcançar o coração do perdido.
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O que uma igreja precisa fazer para ter muitos seguidores?
Essa pergunta de seguidores e tudo que é importante para uma rede social vai muito de encontro ao que a própria rede social está procurando: que é ser uma comunidade. Na verdade não importa o seu número de seguidores se você não tem o engajamento, a atenção deles.
O que acontece na internet e em qualquer rede social é ter números inflados para o ego do dono do perfil e isso não quer dizer nada, então não necessariamente uma página com muitos seguidores é uma boa página ou gera bons conteúdos ou tem uma boa comunidade de interação.
Números realmente não é o que mais importa. Então se você não tem interação com a sua comunidade o número realmente só serve para inflar o ego do dono da página.
Um fenômeno que percebemos é a compra de perfis. Esta é uma estratégia válida para começar a atuação em uma rede social?
Não é uma boa estratégia. Tanto que as redes sociais identificaram este problema e criaram alguns mecanismos para impedir que isso aconteça. O próprio facebook, se você precisar trocar o nome da sua página você vai ter que mandar um um texto explicando porque que você está fazendo.
Antigamente teve o boom dos sites. Toda empresa, por menor que fosse tinha um site. Hoje vemos isso com as redes socias, toda empresa tem seu perfil, mas muitas vezes parece que é só para marcar território. Isso é válido?
Hoje em dia tem muito mais a ver com a reputação e a credibilidade da empresa, então o fato de uma empresa não estar presente nas redes sociais é uma porta fechada para a interação com os clientes dela.
As pessoas procuram saber se aquela empresa é séria, se tem clientes satisfeitos primeiramente via rede social. Então, em um primeiro momento as pessoas sempre vão buscar as empresas na internet. Isso se tornou mais importante do que ter um site que serve só para ter informação.
Vale muito a pena a igreja estar nas redes sociais por muito motivos, o primeiro é que a própria rede social pode ser o primeiro lugar que a pessoa vai ver o nome da igreja. As pessoas passam tanto tempo nas redes sociais que a chance de você descobrir uma igreja por lá vai até mais rápido do que pelo testemunho de alguém que foi na igreja.
Só que igreja não oferece um produto, então por conta disso ela tem várias coisas que ela pode trabalhar, e eu acho que quem mais tem chance de fazer um conteúdo excelente e que encontra pessoas que gostem e que crie uma comunidade incrível, são as igrejas. Porque elas tem tudo que precisa ter para qualquer questão da vida.
E o Brasil é o país com mais pessoas em rede social da América Latina. As redes sociais são um sucesso porque as pessoas são carentes, o ser humano precisa de relacionamentos.
E a igreja tem ali o papel de oferecer a melhor conexão de todas que é o reino. Então, a igreja tem uma ferramenta poderosa e acho que ela não tem ainda dimensão do que ela pode fazer com isso, então acredito que as redes sociais é um caminho aberto, e quase inexplorado, paras igrejas.
Ela vai de encontro a tudo que a pessoa está ali na rede social procurando, e ela pode sim criar uma comunidade totalmente orgânica, ela não precisa vender nada, ela não precisa fazer divulgação de milagre nem nada do tipo porque o próprio conteúdo que a gente tem em mãos dá muito assunto, dá muito feed, dá muito post, então o engajamento pode ser muito rico.
Mas as pessoas seguem tantos perfis, são tantas notificações que acaba que elas se perdem em meio a tanto ruído.
Como ser relevante e ter engajamento diante um mar de postagens?
Eu acredito que as pessoas realmente não sabem consumir conteúdo, elas não sabem diferenciar o que que é bom o que que não é porque é uma deslizada no dedo ali, já passou 3 posts e às vezes a pessoa não deu crédito, não parou para ver, não parou para dar atenção.
Isso trata de uma educação que as pessoas não tem, e um desespero de consumir muita coisa, muita informação e por mais que você faça conteúdo para um perfil o tempo todo nunca vai ser o suficiente para você ser lembrado todos os dias porque está todo mundo fazendo.
Mas, eu acho que é fundamental para a igreja saber onde que ela está entrando e como ela está entrando e quem ela quer atingir. Porque tem uma coisa que a gente fala muito nas redes sociais: nicho!
O nicho da igreja é quem? É a própria igreja, então, a rede social é uma extensão da igreja, o contato que a pessoa vai fazer ali para ver aquela postagem, para interagir com aquela mensagem, vai ser o mesmo que ela teve na célula dentro da igreja em todo lugar.
Penso que se a pessoa estiver desconectada da igreja nas redes sociais, provavelmente ela estará desconectada também em outros momentos, porque é tudo uma coisa só.
A gente acha que não, mas quando eu gosto muito de alguma coisa eu sempre me dedico, então, se a pessoa passa batido pelo feed da igreja é um problema, porque provavelmente ela esteja passando batido por qualquer coisa que a igreja faça, independente da forma de distribuição, porque aquilo é um reflexo da vida dela.
Pode ser também que aquela pessoa está com tanta coisa, tanta informação que o post da igreja não se destaca o suficiente para ela perceber?
Mais ou menos. Veja só, eu sigo muitas contas e eu tenho contas que eu ativo a notificação para eu ver sempre que for postado algo novo. As pessoas não são tão leigas assim de deixar o feed rolar sem nem se quer sabe o que está passando.
Claro que a competitividade dentro da rede social é muito grande, mas você cria um público engajado desde o púlpito, desde dentro da reunião da célula, então é completamente natural para mim eu ver um pastor chegar durante uma pregação e falar para as pessoas acompanharem o instagram da igreja que eles vão ser edificados.
A própria criação da comunidade é por interatividade, então quando a pessoa interage mais com o perfil da igreja, quando ela procura mais informações, aquela informação do feed vai ficar sempre em destaque para ela. Então isso já é uma coisa orgânica e isso novamente se reflete em como a pessoa enxerga a igreja, por mais que tenha milhões de outros perfis, ela vai estar ligada mais aquela conta porque aquela conta faz parte da vida dela.
A preocupação da igreja em criar um conteúdo que se destaque não fica só no feed. O mesmo zelo que o pastor tem para preparar a mensagem, o mesmo zelo que o líder de célula tem para preparar a lição, tem que ser o mesmo da pessoa que está fazendo as postagens. A igreja precisa ser interessada em fornecer um conteúdo relevante, isso pode destacar.
Recentemente, o algoritmo do instagram foi alterado, parece que agora funciona assim: eu fiz uma postagem, uma porcentagem muito baixa do meu público vai visualizar esse conteúdo e se não tiver engajamento ela não é exibida para os meus seguidores.
E aí, como fica essa situação?
Olha, primeiro que assim se a igreja está fazendo um conteúdo apenas informativo corre um sério risco do perfil da igreja até morrer.
Sobre o algoritmo do instagram, assim como do facebook, é muito curioso porque eu acredito apesar dele ser um problema para a maioria das contas do instagram, isso realmente diminuiu muito a visibilidade que não é mais orgânica.
Antigamente se eu seguisse 80 pessoas e todas elas postagem fotos eu iria ver as 80 fotos na ordem cronológica em que elas foram postadas, saudades desse tempo, hoje em dia a gente vai ver o que for relevante e isso vai passar por vários filtros ali e o algoritmo só vai me entregar somente o que ele acha que eu preciso, que eu quero ver.
E ao mesmo tempo, isso não está de todo errado porque de certa forma essa maneira do instagram funcionar é quase bíblica, sabe, é relacionamentos de verdade, ele quer relacionamentos de verdade.
É como a gente trabalha na linguagem da igreja, a gente quer um relacionamento verdadeiro com Deus, o instagram quer pessoas que se relacionem verdadeiramente, então ele vai colocar empecilhos, ele vai colocar dificuldades e quem gera conteúdo sem engajamento porque ele vai falar: “essa pessoa não precisa nem estar aqui porque ninguém vai querer comentar essa foto que ela publicou”.
E o que é engajamento? É dar um like, comentar, conversar, direct, é o que?
Exatamente esse o ponto, like não é engajamento. Não que não seja, é um engajamento. Mas pra gente conseguir visualizar melhor, o like é como se fosse um bom dia que você da para alguém, se você passa pela pessoa e fala bom dia a pessoa fala bom dia, você se relacionou com essa pessoa? De certa forma, você cumprimentou, você olhou, você deu bom dia.
O like bem superficial, então, a curtida não representa muito.
Engajamento é quando o assunto bate e volta, quando você tem alguma resposta que não é só um like, às vezes é uma pergunta, às vezes é uma duvida, ás vezes é marca alguém, ela chama alguém para ver determinado assunto e fala: ”Olha aqui, vamos comigo naquele evento” ou então marca e fala “olha, era sobre isso que a gente estava conversando naquele dia”.
Quando o assunto rende, vai e volta é engajamento. A gente não consegue mensurar quanto que você está atingindo seu público por like porque é quase que automático mesmo para todo mundo.
As redes sociais são os melhores canais para que esse engajamento com a igreja aconteça?
Sempre o canal que o público estiver usando é o melhor canal.
Em um outro momento, na época da TV, eu lembro que tinham umas questões parecidas das igrejas ficarem se perguntado se elas deveriam ter um programa na TV, se elas deveriam ter um horário na TV, e aquela era a questão do momento porque era onde as pessoas estavam.
E o rádio passou por isso, revista passou por isso, jornal passou por isso, sempre o veículo de comunicação da vez foi uma preocupação pra igreja. A igreja deve se posicionar lá ou não? É o que sempre falo, algumas igrejas sim, algumas igrejas não.
Fundamental é que a igreja esteja sempre no canal que a pessoa está usando. Se a minha igreja hoje fizer um programa na redeTV, no sábado, 3 horas da tarde, qual é a chance de eu me programar para gravar e assistir esse programa? Nenhuma!
Se a minha igreja postar um vídeo no youtube, eu vou receber uma notificação no meu celular, a chance de eu consumir o conteúdo que a minha igreja fez ou a pregação que ela postou ou qualquer coisa que ela produziu é muito maior.
O que uma igreja precisa fazer para poder ser bem sucedida ou então, pelo menos, começar a caminhar de forma bem sucedida nas redes sociais?
Bom, eu acho que não seria um pontapé seria um conjunto de jogadas aí para esse início porque é mais de uma coisa que dá para fazer quando você está começando uma rede social e são coisas que tem que acontecer simultaneamente, eu não posso me preocupar em fazer uma coisa só e não fazer as outras porque acaba que não funcionado.
A princípio o ideal é você se preocupar com o seu feed, com o seu conteúdo, mesmo que a sua ideia seja só informar as pessoas o que que vai acontecer na igreja ou do que aconteceu, planeje esse conteúdo de uma maneira interessante, de uma maneira que a pessoa possa ver e gostar.
Tirar um tempo para você pensar o seu conteúdo é fundamental e, nem que seja uma vez por semana, fazer uma postagem que tenha a única intenção de ser positivo, de ser algo que as pessoas vão ver sem estar ligado a nenhum horário de culto, de fazer algo com conteúdo.
E sim, a igreja tem muito conteúdo para passar em todo lugar que ela estiver, então, a própria bíblia ali, o próprio sermão, a própria lição de célula, a campanha que a igreja estiver lançado no momento, tudo isso é assunto para as redes sociais também.
Mas para ela ser relevante e para ela ter uma interação maior, tem outras coisas que ela pode e deve fazer, uma delas é responder as pessoas, sempre que uma pessoa perguntar alguma coisa para a igreja, sempre que alguém interagir com a igreja, responda.
Se a pessoa postou uma foto e marcou a igreja curte a foto, vê quem postou na localização que a igreja está, porque isso tudo cria essa ideia de relacionamento com a igreja.
Sempre que possível criar, a partir da igreja, um contato com o público, e não ficar esperando que a pessoa só curta a página. Se a pessoa mencionou a igreja, se a pessoa perguntou para a igreja, responda, responda rápido, seja eficiente, seja ali dando o seu melhor nas respostas.
Outra ferramenta muito boa que tem em todas as redes sociais é o story, então você pode fazer vídeos que levem para o feed, essa ferramenta está sendo pouco explorada, ela pode ser mais explorada pelas igrejas e ela também é muito eficiente para informar, então de repente você precisa só falar alguma coisa a respeito de horário de evento, você pode usar o storie do instagram.
Uma coisa que é muito importante: a igreja também não falar em crentês. Não usar só jargões que só crente entende porque se não aquele público que pode passar pelo feed, que pode vir a entrar na página da igreja, pode muitas vezes até se ofender.
Eu conheço igrejas que usam termos como “esse é o mês de resgatar os perdidos”, se eu não faço parte da igreja e leio um texto desse, não pega bem.
É uma série de cuidados que a igreja tem que ter para se tornar uma maneira de inspirar as pessoas, de atrair as pessoas, de abençoar as pessoas e não só de marcar presença.
Ronis, uma pessoa que não tem conhecimento técnico, que não formação em redes sociais, ela consegue fazer um trabalho relevante nas mídias sociais.
Não (risos), definitivamente não. A pessoa pode não ter estudado redes sociais, mas provavelmente ela já usa. Então, algumas coisas a gente já sabe, já entende um pouco de como usa, de como faz ali o conteúdo, de como responde etc.
Mas não é o suficiente quando a gente está falando do perfil da igreja e também não é suficiente quando a gente está falando do perfil do próprio pastor.
É muito importante que ele saiba se colocar, que saiba o que postar. Porque ali é a figura que representa a igreja, que está se comunicando com a igreja. Então, a questão de alguém que é totalmente alheio, ou que está iniciando agora nas redes sociais, partir desse ponto sozinho é muito arriscado.
Existem vários lugares na internet, vários sites, com vários textos e artigos, tem até livro sobre isso, que a pessoa pode estudar e pesquisar antes de começar um trabalho nas redes sociais.
Eu acho muito importante porque às vezes no calor do momento, e a gente esquece que estamos respondendo como igreja.
Quando eu trabalhava na comunicação da Central, muitas vezes a gente lia uma postagem que alguém fez e um respondia de um jeito e outro respondia de outro e a gente procurava a forma de como a igreja iria se posicionar naquela questão, porque para a igreja de fato se colocar numa situação complicada é muito fácil.
Então, toda essa questão de conteúdo ela não pode ser feita só para alguém que acha que pode responder pela igreja e isso também vai em vários aspectos, nem nos comentários, nem nas postagens e toda essa comunicação tem que ser feita de uma maneira estratégica, e para fazer algo estratégico tem que ser por alguém que entende um pouco o próprio instagram, o próprio facebook.
Dar relatórios sobre que hora o seu público entra e que horas o seu público não está na internet, qual que é o melhor momento para a você fazer uma publicação.
Hoje a gente tem dados que diz que os primeiros 20 minutos de uma publicação define se ela vai ser bem sucedida ou não porque se ela der aquele tiro de largada e ela já se queimar ali nos primeiros 20 minutos, ninguém viu, postou em um horário que não tinha ninguém acessando, postou no meio do culto, estava todo mundo na igreja, os primeiros 20 minutos ali passou sem interação, provavelmente ela não vai aparecer para mais ninguém.