
Apresentação
A PIB de Fortaleza é foi fundada em 1930, possui mais de 1700 membros e os pequenos grupos são um ministério.
Pr. Nahum fala sobre as características de uma igreja com células e o que fazem para não terem divisões na igreja.
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Nahun, como foi o processo de implantação do ministério de pequenos grupos na PIB Fortaleza?
Nós somos uma igreja com quase 88 anos e nesse processo histórico vivemos muitos modelos de gestão de igreja.
Em 1996 chegou para nós o primeiro modelo de PGs. A ideia inicial é que gerasse comunhão na igreja.
Em 1999 a igreja passou a ter um olhar mais cuidadoso para os pequenos grupos. Na época era outro pastor que auxiliava.
Ele tinha responsabilidade de coordenar esse grupos. A coordenação, basicamente, era para inserir as pessoas dentro dos pequenos grupos e e tomar as devidas precauções para que não houvesse, depois, possíveis divisões na igreja.
Nós não tínhamos nada a ver com o G12, mas foi em uma época que visão do G12 estava efervescente. Enfim, a preocupação que havia na liderança na igreja naquela ocasião era que não houves cisão.
Nessa época a igreja tinha quantos membros?
Essa questão de membresia na nossa igreja é bem interessante. Gira em torno 1.200, 1.400, 1.600, daqui a pouco 1200, 1400.
Há uma entrada e saída de membros constante em função de muita gente vir trabalhar em Fortaleza, muitos militares, muita gente de fora e acaba que nós somos referência por nós estarmos inseridos em um bairro que é muito procurado por quem vem de fora.
Então, naquela época tinha algo em torno de 1200 membros e hoje nós somos algo em torno de 1.800 membros.
Mas esse crescimento não se deu a partir dos pequenos grupos porque até o ano passado esse não era o foco dos pequenos grupos.
É e o que que mudou do ano passado para cá?
Até o ano passado o nosso foco era comunhão, esse ano nós resolvemos caminhar com a Junta de Missões Nacionais, com pequenos grupos multiplicadores.
O foco é no multiplicação dos PGs, no evangelismo, em trazer novas pessoas para a igreja através dos pequenos grupos.
Mas isso não vai mudar a estrutura atual do ministério de pequenos grupos. Vamos continuar tendo o ministério na igreja.
Não vamos mexer nos pequenos grupos tradicionais, que já existem há 20 anos pelo menos, eles poderão continuar gerando comunhão e ser esse pequeno grupo como sempre foi.
Contudo, iremos incentivar e dar uma motivada na igreja para que a gente se torne realmente uma igreja multiplicadora a partir dos pequenos grupos.
O que os motivou serem uma igreja que multiplica os pequenos grupos?
Nós temos visto o movimento acontecer em muitas igrejas, no Brasil inteiro, as igrejas tem crescido. E entendemos que chegou o tempo de nós começarmos a botar essa metodologia dentro da nossa igreja.
Em uma conversa prévia, administrativa, com o nosso pastor presidente, ele não tem pretensões de mudar o conceito de igreja com pequenos grupos para ser uma igreja em pequenos grupos.
A ideia é continuar com os pequenos grupos, porém, com agora com essa pegada evangelistica dentro deles.
Qual que é a diferença primordial entre a formação de líderes no modelo de PG de comunhão e agora com essa visão de multiplicação?
Até o ano passado no treinamento que nós dávamos para os nossos líderes a gente já falava de evangelismo, de discipulado, mas a ênfase não era essa.
Este ano nós estamos resgatando um seminário antigo chamado cristão contagiante. Nós queremos passar essa visão para igreja de que precisamos ser cristãos contagiantes sim!
Líderes precisam ser contagiantes, e eles precisam estar prontos para discipular, inclusive, dentro dos seus pequenos grupos.
A ideia é que à medida que as pessoas forem se convertendo dentro dos pequenos grupos, o próprio líder já possa discipular outra.
Então eles estarão recebendo o treinamento cristão contagiante e a gente reformulando o treinamento geral de liderança da igreja.
E como é para você, Nahun, lidar com os PGs como mais um ministério da igreja.
Como gestor do processo eu confesso que foi um grande desafio.
Você precisa gerar comunhão gerar conexão e daqui a pouco tem que dizer ao líder: “Cara, multiplica o grupo”.
Aí ele diz: “Pastor, mais como? Agora que eu aprendi a amar meu irmão e a cuidar dele? Você tá de brincadeira? Tenho que multiplicar meu grupo?”
Eu tenho grandes desafios nessa área.
O que estão fazendo para que não haja brigas e divisões na igreja a partir do momento que as células forem mais proeminente?
Hoje nós temos uma liderança madura. Nós vivemos pequenos grupos ao longo de muitos anos.
A espinha dorsal do treinamento de líderes é aquilo que nós pensamos e o que nós queremos enquanto igreja.
Para ser uma igreja frutífera eu preciso ter grupos saudáveis, que resultem vidas transformadas, que resultem vidas maduras, para que eles possam gerar novos grupos.
A multiplicação vai acontecer, agora, independente de como seja, ela precisa ser madura, com líderes maduros.
Os valores da nossa igreja são baseados no PESCAI: Proclamação; Edificação; Serviço; Comunhão; Adoração e Interseção.
E quem vai pescar precisa de isca, então a nossa ISCA significa: Integrar; Servir, Crescer e Alcançar.
A gente conquistou isso os últimos 7 anos, hoje nós temos uma liderança madura, nós temos uma igreja que entendeu a necessidade de estar participando de um pequeno grupo e com isso nós temos hoje a tranquilidade de começarmos a dar os primeiros passos para sermos essa igreja multiplicadora.
Hoje temos muito mais a tranquilidade do que nós tínhamos alguns anos atrás, hoje nós criamos uma formatação de igreja onde a gente se sente seguro.
Nós usamos o aplicativo célula.in. Ele nos ajuda para caramba! Ajuda entender melhor o nosso líder, a sua necessidade, onde ele está, porque ele está. Podemos compartilhar outros dados que nos mostra a realidade.
Hoje temos informações que antes a gente não tinha.
Então, é um conjunto de ferramentas, de ideias e de de pessoas que hoje nos faz não sermos mais temerosos com a ruptura da igreja.
Quais são os pontos que ainda são uma fonte de dor de cabeça para você?
O fato de nós sermos um ministério.
A pessoa está envolvida em outras atividades na igreja, em outros ministérios. Ela faz parte do ministério de pequeno grupo quando ele está no PG.
Mas na verdade, ele pode ser o líder do ministério de ação social, o líder de missões, viagem missionária...
Aí eu quero, por exemplo, agendar um treinamento. Não posso, porque grande parte dos líderes e participantes das células foram para a viagem.
Então a gente precisa ter esse jogo de cintura na igreja para que as pessoas deem a devida importância ao PG. No sentido dele ser realmente uma mola mestra dentro do processo de crescimento da igreja, de amadurecimento.
A PIB de Fortaleza é uma igreja acolhedora. Como vocês cuidam das pessoas?
Esse cuidado é a ideia do modelo tradicional. Hoje, antes desta entrevista, eu já fiz duas visitas hospitalares. O cuidado ainda está muito em cima do pastor.
Mas aí não sobrecarrega?
Claro que sobrecarrega! Como diz o outro, a gente se vira nos 30.
Hoje eu tenho os orientadores. Eu elegi algumas pessoas aqui na igreja, que não foi pelo crescimento do pequeno grupo, eu simplesmente elegi pessoas aqui na igreja que tem um perfil de pastoreio, de cuidado r pedi pra elas trabalharem comigo dentro do ministério.
Elas me ajudam a cuidar desses outros líderes de pequenos grupos. Se encontram pelo menos a cada dois meses para conversar, “Cara como que estão as coisas? Você está bem? Família está bem?”, numa conversa mais pessoal, mais próxima.
Você aconselharia um pastor a ter uma igreja com o ministério de pequenos grupo ou uma igreja em células?
Antes disso o pastor precisa se ater em dois pontos:
1. Analisar o que você quer enquanto igreja.
2. Saber qual é desses modelos de crescimento de igreja que lhe atrai.
Vou trabalhar com o pessoal do MDA, vou trabalhar com o pessoal da IBCBH, vou trabalhar com o pessoal de células lá do Paraná, vou buscar fora do Brasil.
É preciso buscar sabedoria de Deus mesmo para saber por onde você vai começar.
Dito isso, o conselho que eu dou é para começar uma igreja em células.
Não pegaria exatamente um modelo de uma igreja e aplicaria. Faríamos as devidas considerações e encontraríamos a nossa forma de viver em células.
O que Jesus deixou para nós foi: portanto ide e fazei discípulos.
Ao longo dos anos o Billy Graham acreditou piamente que fazer discípulos era encher um estádio e pregar para multidões.
Paulo Solonca que foi pastor durante muitos anos na PIB de Floripa fazia discípulos caminhado com a pessoa.
Paulo Mazoni já tem uma outra visão do processo. Deus deu ao Abe Huber um outro modelo de igreja.
O meu conselho, de verdade: Não se liga no modelo, se liga no modelador.
Olha para Jesus e diz assim: “Senhor, o que você tem para mim?